Crianças, adolescentes e jovens refugiados e migrantes estiveram presentes na 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apátrida, um evento que reuniu diversos setores da sociedade para refletir sobre os desafios e perspectivas da migração, sob o lema “Cidadania em Movimento”.

A programação da Segunda COMIGRAR incluiu um espaço especial dedicado a crianças e adolescentes refugiados e migrantes, coordenado pelo UNICEF e pelo programa Redes de Infâncias e Adolescentes Protagonistas, realizado na Faculdade de Educação da UnB. Este espaço ofereceu atividades pedagógicas e didáticas, como aulas de música, teatro de fantoches e oficinas para criar cartazes com mensagens sobre os direitos das juventudes refugiadas e migrantes, sob a orientação da Viração Educomunicação.

No domingo, 11 de novembro, último dia do congresso, crianças e adolescentes, refugiados e migrantes, acompanhados por voluntários da Faculdade de Educação da UnB, além de seus pais, mães, representantes e educadores, participaram de um cortejo animado ao som de tambores, trompetes e pandeiros. Eles entoavam o lema:

“Se as coisas estão difíceis, coloque um pouco de amor e verá que a tristeza mudará de cor”. Essa mensagem positiva fechou o encontro de forma vibrante e colorida, reforçando que essas crianças e jovens representam o futuro da nossa sociedade.

Representação das Juventudes na 2ª COMIGRAR

Além disso, os jovens que participaram como delegados, representando suas comunidades migrantes, refugiadas e apátridas, tiveram a oportunidade de expressar suas necessidades e desafios, especialmente no que diz respeito ao o à educação, saúde e proteção contra a violência. Sua participação destacou a urgência de políticas mais eficazes para garantir não apenas a sobrevivência, mas também o pleno desenvolvimento social e emocional dos jovens, que muitas vezes são os mais vulneráveis nas dinâmicas migratórias.

A interação entre jovens de diferentes nacionalidades e culturas também contribuiu para enriquecer os debates sobre interculturalidade e diversidade, temas centrais da conferência.

A COMIGRAR II também destacou que a participação das juventudes nas discussões sobre migração e refúgio não deve ser vista como um aspecto periférico, mas como um elemento central para a construção de uma sociedade mais inclusiva e plural. Ao incorporar os jovens nesse espaço de tomada de decisões, a conferência fortaleceu o movimento pela cidadania plena e a igualdade de direitos para todos, sem exceção.

A experiência de envolver os mais jovens nos debates políticos e sociais representa, portanto, um o importante para a construção de um futuro em que os direitos dos migrantes, refugiados e apátridas sejam reconhecidos e respeitados desde a infância e ao longo de todas as etapas da vida.

U-Report Uniendo Voces na II Comigrar

O projeto U-Report Uniendo Voces conecta jovens refugiados e migrantes venezuelanos por meio de uma plataforma de comunicação (chatbot) promovida pela Viração Educomunicação e conta com o apoio de organizações internacionais como UNICEF, ACNUR e OIM. Juntos, formam parte da Plataforma de Resposta para Venezuelanos R4V, cujo objetivo é fomentar a participação juvenil e a integração dos migrantes em suas novas comunidades.

Ao longo de 2024, mais de 60 jovens venezuelanos, residentes em diversas regiões do Brasil, se uniram para produzir conteúdo que reflete seus interesses e potencialidades. Essa colaboração resultou na Revista Nº 120 da Viração: Participação Cidadã, uma publicação bilíngue, fruto de um processo colaborativo entre jovens refugiados, migrantes venezuelanos e brasileiros. A revista reflete os interesses e preocupações de uma juventude ativa em suas comunidades e comprometida com temas que afetam sua realidade, como a integração, os direitos humanos, e destaca as vozes dos jovens que participam ativamente na mobilização de suas comunidades por meio do U-Report.

A revista Viração “Participação Cidadã” foi entregue para adolescentes e jovens durante a Comigrar e fez grande sucesso. Mais de 300 exemplares foram distribuídos entre os participantes e se esgotaram rapidamente devido ao alto interesse, especialmente entre os refugiados e migrantes venezuelanos presentes. Essa resposta não só demonstra a importância do conteúdo da revista, mas também a relevância de gerar espaços de integração e participação para as juventudes migrantes.

A revista, além de ser um produto educomunicativo, se torna uma ferramenta vital para fortalecer a integração e o intercâmbio cultural entre os jovens de diferentes origens, consolidando o protagonismo juvenil como chave nos processos de integração social.