O mês de abril marca um período crucial para os povos indígenas do Brasil, culminando na maior mobilização do país: o Acampamento Terra Livre (ATL). Em sua 21ª edição, o ATL se consolida como um espaço vital para que as vozes indígenas sejam ouvidas em âmbito nacional e internacional, ecoando suas demandas e reafirmando seu papel fundamental na defesa da Constituição e da vida.
No dia 6 de abril, a delegação do Rio Negro, composta por representantes das cinco coordenadorias regionais da área de abrangência da FOIRN, lideranças indígenas de diferentes povos e associações, além do Fundo Indígena do Rio Negro (FIRN), da Rede de Comunicadores Indígenas do Rio Negro (Rede Wayuri), do Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro (DMIRN) e do Departamento de Adolescentes e Jovens do Rio Negro (DAJIRN) — todos pertencentes à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), que representa os 24 povos indígenas da região — se uniu a mais de 150 povos indígenas de todo o Brasil.
Brasília, mais uma vez, torna-se o centro de grandes discussões para os povos originários. Entre os dias 7 e 11 de abril de 2025, o ATL, com o tema central “Em Defesa da Constituição e da Vida”, reunirá milhares de indígenas para discutir e apresentar suas propostas em relação a temas urgentes e estruturantes.



A delegação Rionegrina, composta por mais de 20 pessoas, percorreu uma longa jornada de 4338 km de São Gabriel da Cachoeira -AM, o município mais conhecido como a “capital dos povos indígenas” até Brasília – DF onde acontece o ATL.
As pautas levadas pela delegação do Rio Negro para incidência política abrangem uma variedade de temas de extrema relevância para suas comunidades. A educação Escolar Indígena de qualidade, a saúde integral e ível, os impactos das mudanças climáticas em seus territórios e a participação ativa nas discussões da COP (Conferência das Partes) estão entre as prioridades. Além disso, a delegação busca fortalecer as ações e o desenvolvimento de apoio para as associações do Rio Negro, visando o seu empoderamento e autonomia.
Um destaque importante na mobilização do Rio Negro é o foco no fortalecimento e na incidência política da juventude indígena e no protagonismo das mulheres.
A presença dos povos indígenas no 21º Acampamento Terra Livre representa um momento de força e resistência. Em um contexto de crescentes desafios e ameaças aos seus direitos e territórios, a mobilização em Brasília se torna um palco essencial para a defesa da Constituição Federal, que garante seus direitos originários, e para a proteção de suas vidas, culturas e modos de vida. O Abril Indígena e o Acampamento Terra Livre são, portanto, mais do que uma mobilização; são manifestações de vozes que ecoará por uma sociedade justa e igualitária . A voz do Rio Negro, assim como a de todos os povos originários presentes em Brasília, clamam por respeito, reconhecimento e pela garantia de um futuro digno e sustentável para as presentes e futuras gerações. A mobilização que se inicia é um chamado à sociedade brasileira e ao mundo para que escutem atentamente e se unam à defesa da vida e da diversidade cultural.