COP29: Cooperação entre o público e o privado para responder eficazmente à tripla crise planetária

Por Giulia Sironi
Tradução Monise Berno
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Para impulsionar mudanças significativas, os países também devem adotar estratégias coesas para lidar efetivamente com o financiamento climático.

O termo “crise planetária tripla” se refere a três desafios profundamente interconectados que atualmente ameaçam o futuro da nossa humanidade: mudança climática, poluição e perda de biodiversidade. Cada uma dessas crises está inextricavelmente ligada à outra, a ponto de abordá-las isoladamente ser insuficiente; uma abordagem abrangente é necessária se quisermos garantir um futuro sustentável.

O papel dos governos e do setor privado

Lidar com a tripla crise planetária requer uma abordagem multifacetada, equilibrando realidades econômicas de curto prazo com metas ambientais de longo prazo. Certos desafios ambientais não são inerentemente atraentes para as empresas, especialmente no curto prazo. Nesses casos, a intervenção governamental é crucial para preencher as lacunas deixadas pelas forças de mercado. Políticas públicas e incentivos podem impulsionar o investimento em áreas que poderiam ser negligenciadas, garantindo uma resposta holística à tripla crise. Dito isso, há também a razão pela qual o setor privado é um ator fundamental na condução da transição para uma economia mais sustentável. Essa transição, no entanto, não pode ser limitada a grandes corporações e deve incluir PMEs e proprietários de pequenas empresas.

“O setor privado já tem o desafio de navegar nas complexidades das demandas do mercado e dos processos de produção e os riscos e custos associados à inovação em tecnologias verdes podem ser proibitivos, especialmente para pequenas e médias empresas. Para evitar que apenas grandes corporações gerenciem essa transição, as organizações internacionais precisam arcar com uma parte do risco.” sublinha Robert Tippmann, Climatekos, durante “Boosting SME climate action” na COP29.

Um aspecto fundamental para lidar com a crise tripla é a alocação de apoio financeiro, particularmente para nações em desenvolvimento. O Novo Objetivo Coletivo Quantificado (NCQG) sobre financiamento climático visa ir além da meta anterior de US$100 bilhões, propondo um objetivo muito mais ambicioso e abrangente. No entanto, uma questão fundamental permanece: para que esses recursos financeiros devem ser usados ​​para maximizar seu impacto? O foco deve ser no desenvolvimento de políticas, fomento à inovação ou implementação prática no local? Essas são decisões críticas que precisam ser informadas por evidências e considerações estratégicas.

Para impulsionar mudanças significativas, os países também devem adotar estratégias coesas para lidar efetivamente com o financiamento climático. “Os ministros das finanças de cada nação devem desenvolver uma posição clara sobre o financiamento climático”, declararam os especialistas do Pavilhão Ciência para Ação Climática “É o primeiro o para um uso eficaz do investimento para a transição verde”.

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