Na quinta-feira, dia das finanças da COP29, foi realizado em Baku um diálogo de alto nível sobre as necessidades financeiras dos países em desenvolvimento.
O abordou a questão crucial do financiamento climático, explorando a situação dos países mais vulneráveis e as soluções necessárias para agir sobre a crise climática. Com um diálogo entre países de diferentes áreas geográficas, incluindo Tonga, Maldivas, Uganda, São Cristóvão e Nevis e Colômbia, as questões críticas do financiamento climático no Sul Global e a necessidade de envolver atores relevantes, desde instituições financeiras internacionais a instituições privadas empresas, para mudar para uma economia de baixas emissões e construir um futuro mais sustentável.
O discurso da COP16 sobre biodiversidade Presidente
A Ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia e Presidente da COP16 sobre Biodiversidade em Cali, Susana Muhamed, enfatizou a necessidade de que haja uma transição de toda a economia, não apenas nas áreas de clima e energia. “Precisamos de economias resilientes ao clima que valorizem a biodiversidade, os ecossistemas e as comunidades”, sublinhou Susana Muhamed, “Se não fizermos isto agora, dentro de 15 anos as economias estarão em colapso.”
O o e a mobilização do financiamento climático é fundamental para construir economias resilientes ao colapso climático: até agora, falta apoio multilateral para a escala do desafio. “Infelizmente, permanece estável que de todo o financiamento climático mobilizado internacionalmente todos os anos, apenas 0,2 por cento vai para investimentos e projetos para Pequenos Estados Insulares (PEID), os mais frágeis do mundo, que pelas estimativas da ONU deveriam, em vez disso, receber pelo menos cinco vezes mais. tanto”, diz o ministro colombiano. Para criar uma economia sustentável para o nosso Planeta, são necessários fluxos financeiros estáveis e fundos suficientes para as perdas, danos e vítimas dos desastres climáticos.
Financiamento em países vulneráveis em todo o mundo
Tonga, um estado insular da Polinésia, tem uma economia baseada na agricultura, na pesca e no turismo e, como explica o ministro das Finanças, Tiofilusi Tueti, está na vanguarda das alterações climáticas. O país está a desenvolver políticas orçamentais que abordam as vulnerabilidades da nação, a resiliência climática e o desenvolvimento econômico. Neste contexto, o financiamento climático é uma tábua de salvação para a subsistência das pessoas e para a prosperidade das pequenas comunidades insulares. De acordo com o Ministro Tueti, precisamos de trabalhar coletivamente para construir caminhos para o o direto e simplificado ao financiamento climático e a soluções financeiras adaptadas às realidades locais.
Também no arquipélago do Oceano Índico, Ali Shareef, Enviado Especial para o Clima nas Maldivas, lidera os esforços do país para promover a cooperação regional no combate às alterações climáticas. Apesar da urgência da situação, o o a fundos internacionais para apoiar estas iniciativas é complexo. Para superar este desafio, é fundamental ter o a modelos de financiamento inovadores que combinem o investimento do setor privado com a ajuda internacional. Como você integra subsídios internacionais com o setor privado? Juntamente com o Banco Mundial, as Maldivas estão a considerar oferecer garantias para mitigar os riscos percebidos para o setor privado, tornando assim o investimento mais atraente também para o setor privado.
Uganda também tem dificuldade em aceder aos fundos necessários para enfrentar a crise climática. Como afirma a Ministra do Ambiente de Uganda, Beatrice Atim Odwong, entre 2018 e 2023, Uganda recebeu fundos climáticos que representaram apenas 11 por cento das necessidades climáticas estimadas. O financiamento é uma prioridade para reduzir o risco de catástrofes climáticas, para construir infra estruturas resilientes e para fazer com que as políticas dêem prioridade aos projetos de adaptação e mitigação. Beatrice Odwong sublinha a necessidade de resolver o déficit financeiro e de os países da ONU fazerem mais para melhorar a cooperação financeira multilateral.
O Sul Global e a Dívida Financeira
“O financiamento climático não pode assumir a forma de dívida: caso contrário, alguns países se encontrarão num ciclo perpétuo entre dívida e resposta, dívida e resposta.” Assim começa Joyelle Clarke, Ministra do Desenvolvimento Sustentável, Meio Ambiente e para o Empoderamento do Grupo Constituinte das ilhas Kitts e Nevis, localizadas na América Central. Os países mais vulneráveis precisam de uma resposta climática imediata que proporcione proteção social e não empobreça a economia do país. É necessário um sistema financeiro que interrompa a dívida para que as nações possam continuar a crescer e a se desenvolver mesmo durante uma emergência climática: especialmente em regiões como as Caraíbas, que são frequentemente sujeitas a furacões e emergências ambientais.
COP29 e financiamento climático: um apelo urgente
O diálogo de alto nível sobre o financiamento climático na COP29 destacou a profunda desigualdade no o aos fundos necessários para enfrentar a crise climática. Os países em desenvolvimento, especialmente as pequenas ilhas e as nações menos desenvolvidas, enfrentam catástrofes climáticas cada vez mais frequentes e intensas, apesar de terem contribuído pouco para o aquecimento global. Este é um tema chave para essa COP, que será palco de negociações sobre o Novo Objetivo Coletivo Quantificado (NCQG), a nova meta que visa ultraar o limite mínimo anterior de 100 mil milhões de dólares para o financiamento anual de adaptação e mitigação estabelecido no ado. O financiamento climático é uma questão fundamental para os países que carecem de recursos para remediar emergências ambientais e construir infra estruturas duráveis e robustas. A questão do financiamento climático é, portanto, um jogo aberto com, de um lado, os países desenvolvidos, que possuem maiores recursos económicos e são historicamente responsáveis pelo aquecimento global e pela crise climática, e, do outro lado, com os países em desenvolvimento, que estão pagando o preço de uma situação que não causaram, sem sequer ter recursos para lidar com ela.